Sindicato
dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais
de Ensino Superior de Uberaba (Sinte-MED) realiza palestra sobre a luta pela
redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais. O evento foi
ministrado pelo coordenador-geral da Fasubra, Gibran Ramos Jordão, que
apresentou para categoria formas de convencer a universidade sobre as melhorias
na redução da jornada, que pode ser adotada por qualquer instituição, sem
precisar por aprovações no Congresso, basta o reitor assinar um termo.
De
acordo com a coordenadora-geral do Sinte-MED, Simea Aparecida Freitas, há
alguns anos a categoria vem lutando pela redução da jornada de trabalho,
apresentando os benefícios que traz ao trabalho e, sobretudo, aos usuários do
serviço público. “Hoje, no Hospital de Clínicas, trabalhamos 40 horas semanais,
sendo oito por dia. Se tivermos a redução, seriam 30 horas, sendo seis por dia.
No ambulatório, por exemplo, essa mudança traria ótimos resultados, pois o
atendimento seria ampliado, com dois funcionários por dia, cada um cumprindo
seis horas, e quanto mais tempo de atendimento, melhor para o usuário. Outro
benefício é para o trabalhador, que, com menos horas de serviço, teria horários
de descanso e, como todos sabem, funcionário cansado não atua bem”, explica
Simea.
Ao
contrário do que muitos pensam, essa é uma medida que não é muito difícil de
ser adotada. A redução não precisa passar por votações. Em 2003, o
ex-presidente Lula publicou decreto dando autonomia aos reitores para as
mudanças na carga horária dos respectivos hospitais universitários. “Portanto,
basta que o nosso reitor assine a documentação para reduzirmos a jornada. Mas
alegam que não há funcionários suficientes, pois, com a redução, seria preciso
mais trabalhadores, o que na verdade também é muito bom para a categoria. Desta
forma, teríamos mais concurso, o que também é uma reivindicação dos
trabalhadores”, explica a coordenadora-geral.
Assim,
diante dos benefícios que a redução da jornada pode trazer ao trabalhador e
também ao usuário, a palestra realizada pelo coordenador-geral da Fasubra
mostrou que é possível conquistar a redução da jornada de trabalho sem ferir o
interesse público e que existe espaço na legislação para implementar essa
medida. “Porém, a maioria dos reitores das universidades brasileiras é contra e
por isso essa é uma das nossas reivindicações na greve marcada para o dia 17 de
março. Várias universidades já se manifestaram a favor da categoria e estão
esquentando os motores para participar da greve”, explica Gibran.
Vale
ressaltar que os profissionais de Uberaba também devem aderir à manifestação e
será realizada essa semana uma assembleia para debater o assunto.
Matéria publicada no Jornal da Manhã do dia 22 de fevereiro de 2014. Quem assina a matéria é a jornalista Georgia Santos. Clique aqui e confira.